PM que matou a própria esposa fazia ameaças e a espancava
Uma relação bastante conturbada e marcada por ameaças, agressões e medo. Assim foi descrito, por um parente, o relacionamento entre o soldado da Polícia Militar Guilherme Barros e Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos. Ela, que estava grávida de três meses, foi assassinada a tiros, na casa da mãe, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, na manhã desta terça-feira (20). Em seguida, ele atirou contra colegas de farda na sede do 19º batalhão da Polícia Militar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. Depois, o PM cometeu suicídio.
Segundo o parente da vítima ouvido pela Coluna Segurança, o casal mantinha um relacionamento há cerca de cinco meses. Por causa da gravidez, o policial e a mulher resolveram morar juntos há cerca de um mês. Mas o convívio foi ainda mais difícil.
“Ele ameaçava, espancava ela. A família não sabia de nada, apenas duas primas. Só ontem (segunda-feira), quando ele a procurou na casa da mãe dela, é que soubemos de tudo. A família pediu para ela não vir para cá, porque sabia que ele voltaria, mas ela veio”, contou o parente.
O casal estava separado há alguns dias, mas o policial não teria aceitado o fim do relacionamento.

“Hoje (terça-feira), ele veio e conversei com ele. Pedi para ele seguir o caminho dele. Ele fez que ia embora, mas voltou. Subiu pela janela do quarto, que estava aberta, e atirou várias vezes. Foram sete tiros. Ele saiu sem falar nada.”
Sobre o comportamento do policial, o parente relatou que ele sempre uma pessoa muito calada e não parecia uma pessoa agressiva. O parente relatou ainda que a vítima nunca havia procurado a polícia para prestar queixa das agressões e ameças.
O velório e enterro do corpo de Cláudia Gleice deve acontecer na tarde desta quarta-feira (21), no Cemitério do Cabo de Santo Agostinho.
TRAGÉDIA TAMBÉM NO BATALHÃO
Depois de matar a esposa, o soldado da PM seguiu para o 19º Batalhão, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. Quatro colegas de farda foram baleados. O tenente Wagner Souza morreu na hora. Em seguida, o soldado tirou a própria vida.
Feridos, a major Aline Maria e o cabo Paulo Rebelo foram encaminhados ao Real Hospital Português.
De acordo com a Polícia Militar, a major passou por cirurgia e foi encaminhada para a UTI. Na noite desta terça-feira, familiares confirmaram que ela faleceu.
O cabo, ferido no ombro, encontra-se internado para avaliações médicas.
Já um sargento Maurino Uchoa, baleado de raspão na cabeça, foi levado para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife. O ferimento não foi invasivo e foi feita uma sutura. Ele já recebeu alta.
“Todos os fatos ocorridos na sede do batalhão serão apurados através de Inquérito Policial Militar, enquanto a morte da esposa do soldado Guilherme será apurada pela Polícia Civil”, informou, em nota, a Polícia Militar de Pernambuco.
ricardoantunes