Governo demite diretor do MEC após operação que mirou aliados de Lira

Diretor do MEC é demitido após operação contra fraude em licitação no AL.

Nesta segunda-feira, 5 de junho, o governo federal demitiu Alexsander Moreira, diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. A demissão foi decidida pelo governo na quinta-feira, 1º de junho, mas só foi oficializada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira.

A demissão ocorre após uma operação da Polícia Federal contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas, envolvendo a compra de equipamentos de robótica. Segundo a investigação, Moreira foi demitido por suspeitas de omissão e falta de ação para impedir os desvios.

Lira e Leonardo Ferreira Cavalcante, funcionário da liderança do PP na Câmara.

A operação, chamada de Hefesto, investiga crimes relacionados à compra de kits de robótica para municípios alagoanos com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A investigação descobriu que a licitação foi direcionada ilegalmente para beneficiar uma única empresa, a Megalic, resultando em desvio de R$ 8,1 milhões. Além disso, os kits de robótica foram comprados por valores muito acima do mercado.

O esquema já era alvo do Tribunal de Contas da União desde 2022, quando a suspensão dos contratos e repasses para a compra dos kits foi determinada. Os recursos para a aquisição dos kits foram provenientes de emendas do chamado “orçamento secreto”, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

A empresa Megalic, que mais venceu as licitações, pertence ao casal Edmundo Catunda e Roberta Melo, e a investigação descobriu transferências de dinheiro para pessoas e empresas em Brasília. Outro alvo da operação é Luciano Ferreira Cavalcante, funcionário da Câmara dos Deputados e nomeado para a liderança do PP na Casa, quando Arthur Lira era o líder.

Cavalcante teria recebido recursos sacados pelo casal Pedro e Juliana Salomão. A defesa de Cavalcante nega qualquer envolvimento nos desvios. Arthur Lira, atual presidente da Câmara, afirmou não ter relação com o caso.

 

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