O trágico dia em que fui parar numa delegacia foi um pesadelo

Foto: Arquivo Pessoal
Por Ananias Solon, Zootecnista, Historiador e Escritor
Essa matéria foi inspirada em um texto do Programa de Rolando Boldrin, escrito por Marlene Hipólito no seu comentário.
Foi na década de 1970 quando emigrei para o Recife, com a missão de estudar e nos domingos, costumava ir à casa de um parente ou amigo, passear e também desenfastiar um pouco a XEPA da Casa do Estudante.
Peguei o ônibus com destino ao bairro Tejipió, avenida Liberdade, casa do saudoso amigo contemporâneo da rua Pe. Ferraz, nosso saudoso Pedro Ferreira da COLIER;
Prosear com meu parea de infância Carlinhos e saborear o delicioso almoço, preparado com carinho, pela nossa Saudosa Dona Mariquinha.
Eu ansioso com aquele belo passeio, no trajeto aconteceu o inesperado, que eu não desejo pra ninguém… o ônibus lotado, eu estava sentado e no corredor, encostado em mim, vinha uma senhora elegante, bem vestida, em pé, com uma bolsa na mão.
Com o aperto do ônibus, sugeri segurar a bolsa da tal senhora, prontamente ela me entregou a bolsa, minutos depois, percebi que a bolsa estava aberta e fui avisá-la.
Ela toda grossa, gritou dizendo que a bolsa não estava aberta antes e que eu teria aberto a bolsa dela. Todo mundo começou a me olhar torto.
Pior ainda foi quando ela tomou a bolsa da minha mão e começou a vasculhar, dizendo que estava faltando cem cruzeiros. Aí eu não aguentei.
Mandei o motorista parar o ônibus na hora e disse que se era pra ela me acusar, que fosse na delegacia. E fomos parar na delegacia da avenida Liberdade.
O delegado vasculhou minha capanga, só encontrou uma cartela de passe de ônibus da CTTU, um pente e um calendário com a oração de Santo Expedito.
O delegado perguntou se eu queria processá-la e eu disse que não. Mas pelo constrangimento que ela me fez passar, só de raiva, pedi mil cruzeiros!!!
Ela me pediu desculpas e ligou pro marido trazer o dinheiro. Chegou o marido dela num carrão, que eu nem sei o porque daquela mulher estar andando de ônibus.
Ele trouxe mil cruzeiros e quando ela ia me entregar, eu acordei, atrasado para ir à escola. Foi apenas um sonho.
Obrigado pela leitura e atenção.
Feliz Natal e um 2025 repleto de realizações e bons sonhos!