Política Após aproximação com João Campos, relação entre Márcia e Raquel azeda e Palácio omite registro da prefeita em agenda institucional

A relação entre a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), já não é mais a mesma — e os sinais agora são visíveis. O primeiro encontro público entre as duas, após a série de movimentações políticas envolvendo a gestora da Capital do Xaxado e o PSB de João Campos, aconteceu nesta terça-feira (15), no Palácio do Campo das Princesas, durante o lançamento de um programa estadual para ampliar a coleta seletiva e a reciclagem em Pernambuco. Márcia esteve presente, discursou, e viu sua cidade ser citada como referência. Mas, curiosamente, a presença da prefeita foi completamente ignorada nos registros fotográficos divulgados pela assessoria de comunicação do Governo do Estado.

A omissão no material oficial foi percebida como um gesto político claro. Serra Talhada, uma das principais parceiras do programa, foi fundamental para que o modelo fosse expandido a outros municípios. Ainda assim, o Palácio ignorou a participação da prefeita nos registros da solenidade enviados à imprensa.

Em declaração à imprensa da capital, adotou um tom institucional, que soou também como um recado político ao Palácio:

“Aqui está a prefeita, a instituição de Serra Talhada, que está servindo hoje como exemplo de uma política sustentável que vai ser adotada para o Estado e colocada à disposição para outros municípios.”

Ao se referir a si mesma como “a instituição de Serra Talhada”, ela reforça o distanciamento e traduz bem a nova configuração da relação entre ela e Raquel Lyra.

Nos bastidores, o afastamento é atribuído às recentes aproximações da prefeita com lideranças do PSB. Em menos de um mês, Márcia recebeu em sua casa, o próprio João Campos,  o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, e o deputado federal Pedro Campos — visita que reacendeu rumores de aliança com os socialistas para 2026. Márcia, inclusive, foi sondada para compor como vice numa eventual chapa encabeçada por João Campos, hoje o principal adversário político da governadora.

O recado do Palácio, ao silenciar sua presença na agenda, revela que a convivência institucional não esconde mais a ruptura política. Em tempos de realinhamento partidário, cada gesto — ou omissão — fala mais alto que qualquer discurso.

Do Júnior Campos

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