Diretora do HOSPAM anuncia reformas e ampliações, critica cobranças de vereadores e diz que Lisbeth deveria dar oportunidade a outra pessoa

Durante participação no podcast ElesPod, apresentado por Júnior Campos e Marina Ferraz, a diretora do Hospital Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM), em Serra Talhada, Ákila Monique, falou sobre os desafios enfrentados desde que assumiu a unidade hospitalar regional do Estado de Pernambuco.

Logo no início, Monique destacou a dimensão da responsabilidade que carrega à frente da Unidade Hospitalar Regional:

“Não enxerguei glamour nesse cargo. Foi uma responsabilidade extremamente grande de tocar aquele serviço, de tentar melhorar e fazer o melhor para os pacientes de Serra Talhada e região.”

A diretora contou que, assim que assumiu, iniciou um processo de auditoria e levantamento para identificar os principais gargalos da unidade. Segundo ela, “muita coisa precisava mudar”, e o trabalho tem sido contínuo para acelerar melhorias e garantir atendimento digno à população.

Relação com a Câmara e críticas da base governista

Durante o podcast, Ákila Monique também falou sobre a relação com a Câmara de Vereadores de Serra Talhada, destacando que as críticas ao HOSPAM têm partido justamente de parlamentares da base da prefeita Márcia Conrado (PT). Sem fugir do assunto, ela reagiu aos ataques e explicou que o hospital estadual tem enfrentado dificuldades históricas que não surgiram agora:

“Eu convidei eles a fazerem uma visita no hospital, já que queriam tanto fazer uma fiscalização, mesmo sabendo que vereador fiscaliza órgãos do município, não do Estado. Mas as portas estão abertas sempre que eles quiserem ir lá. Eu posso esclarecer todos os detalhes dos problemas, discutir com eles e apresentar as nossas dificuldades para que eles se unam pelo bem da população e trabalhem juntos, porque a intenção não é o bem do povo? Então a gente tem que se unir.”

Em outro momento da entrevista, a diretora foi ainda mais enfática, demonstrando incômodo com o tom das cobranças feitas na tribuna pelos aliados do governo municipal:

“Eu acho injusto o que eles têm feito, assim, de perseguição com o HOSPAM, sabendo que alguns problemas não são de agora, são antigos.”

Atendimento e atenção básica

Outro ponto que ganhou destaque foi a relação entre o HOSPAM e a rede municipal de saúde. Monique defendeu que a atenção básica do município precisa funcionar efetivamente, para que os pacientes não procurem o hospital por problemas simples:

“Não é não ter somente o hospital municipal, é realmente a atenção básica do município funcionar de fato para que os pacientes não vão para um serviço de urgência e emergência, por exemplo, por um andor. Ah, eu estou com um andor há uma semana, quando eu aperto aqui, entende? Que é uma coisa que é ambulatório, ou ir para um posto de saúde, para uma consulta, acaba procurando um serviço de urgência e emergência e super volta. Óbvio, todo mundo que chegar lá vai ser atendido, a gente não pode jamais mandar voltar. A gente orienta de que ali a gente está para atender urgência e emergência, para que o paciente tenha consciência e não retorne por outras questões. Procure realmente a unidade básica de saúde. Mas, por exemplo, ah, eu vim fazer uma medicação intramuscular, endovenosa, isso poderia ser feito se ela estivesse, por exemplo, uma UPA 24 horas.”

Segundo ela, é fundamental que o atendimento primário funcione com eficiência, “para que a população não sofra e realmente seja assistida da melhor forma possível”.

Melhorias e investimentos

Monique revelou que a direção identificou as principais necessidades do hospital e levou as demandas à Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), que “abraçou a causa”. Ela anunciou que reformas e ampliações estão previstas, incluindo o aumento da área da emergência e a criação de uma nova sala de medicação intramuscular para agilizar atendimentos:

“A gente identificou o que precisava e levamos essas demandas para a Secretaria de Estado da Saúde. Eles abraçaram a causa. Temos muitas melhorias pela frente, com recursos que serão enviados pela SES, de reforma e ampliação.”

Provocada durante o podcast sobre as críticas de desempenho na saúde municipal e questionada se concordava com as cobranças dos vereadores, China Menezes e Antônio de Antenor, que vêm pedindo da tribuna que a prefeita Márcia Conrado exonere a sogra, a secretária de Saúde Lisbeth Rosa, Monique preferiu manter a diplomacia, mas deixou escapar um tom de avaliação crítica:

“Tem muita coisa que precisa melhorar. Eu acho que deveria dar oportunidade a outra pessoa.”

Em seguida, a diretora do HOSPAM ponderou que seu foco é entregar resultados e deixar uma marca de gestão organizada:

“Quando eu entregar o HOSPAM, quero deixar o hospital organizado, sem dívidas, com o serviço funcionando e abastecido. Quero que as pessoas vejam que eu passei por ali e gerei impacto.”

A entrevista também teve momentos descontraídos e comentários sobre figuras da política e da gestão local. O episódio completo do podcast ElesPod, com Ákila Monique, está disponível no YouTube.

 

Do Júnior Campos

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