Álvaro Porto acusa Raquel Lyra de vitimização e diz que quem atrasa Pernambuco é o próprio governo
A declaração da governadora Raquel Lyra (PSD), que responsabilizou a oposição pelo atraso na aprovação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão, gerou reação imediata do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), nesta terça-feira (16).
Em nota à imprensa, Porto afirmou que os atrasos no andamento de projetos e ações do governo não podem ser atribuídos à oposição, mas sim à própria gestão estadual, que, segundo ele, acumula problemas desde o início, em 2023.
Raquel destacou que a proposta demorou 174 dias para chegar ao plenário, sofrendo alterações apresentadas pela oposição. A resposta de Porto foi dura:
“O atual governo, como se sabe, vem terceirizando responsabilidades desde que assumiu. Já jogou culpa nas costas da gestão anterior e agora acusa a oposição. De proveitoso nessa narrativa só mesmo o fato de que Pernambuco precisa e espera, de verdade, que a gestão corra atrás do prejuízo. Afinal, depois de dois anos e quase nove meses, o que se vê é atraso, ineficiência e incapacidade de fazer até mesmo licitações. O Estado vive hoje entre anúncios e manchetes, enquanto o povo quer ação e entregas”, disparou.
O parlamentar ressaltou ainda que, entre 2023 e 2025, a Alepe já autorizou a contratação de mais de R$ 10 bilhões em empréstimos, mas a atual gestão só conseguiu captar cerca de R$ 2,8 bilhões no período.
“Quem está atravancando o desenvolvimento de Pernambuco? A oposição ou a gestão que, mesmo com crédito autorizado, não consegue o dinheiro?”, questionou.
Segundo Porto, o papel da Assembleia tem sido de fiscalizar e cobrar explicações sobre a baixa capacidade de captação e, principalmente, sobre a aplicação dos recursos já obtidos.
“O Governo prefere inflar o discurso, afirmando que existe uma ação deliberada da oposição para atrasar o crescimento do estado. Porém, o que acontece, na verdade, é que a oposição, usando a prerrogativa de fiscalizar, se recusa a dar carta branca para uma gestão que tem se revelado lenta e ineficaz”, reforçou.
Na avaliação do presidente da Alepe, a estratégia da governadora em adotar um tom de vitimização não encontra eco na população, que, segundo ele, quer resultados concretos em áreas como saúde e segurança.
“As pessoas esperam ter suas necessidades atendidas. E para que isso aconteça com eficiência, lá na ponta, é dever de quem tem mandato zelar pela aplicação adequada do dinheiro público. Como se vê, quem atrasa Pernambuco não é a Assembleia ou a oposição, que fazem o seu papel, inclusive aprovando tudo o que o governo envia. Quem emperra Pernambuco é o governo e sua inoperância”, completou.
Porto concluiu a nota afirmando que o Estado não pode conviver com uma gestão “movida a desculpas” e reforçou que a demora na tramitação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão foi explorada politicamente pelo Palácio do Campo das Princesas.
“O governo reforçou sua vitimização, que, felizmente, não passa de uma estratégia já esgotada para justificar suas limitações. Nossa expectativa é que, de fato, a gestão corra atrás do prejuízo e diga a que veio”, arrematou.
Do Júnior Campos