Bastidores quentes em Serra Talhada: Vereadores pressionam Breno Araújo e expõem fissuras na base de Márcia Conrado
Os bastidores políticos de Serra Talhada voltaram a ferver logo após a tradicional Festa de Setembro. Há três dias, uma reunião entre vereadores da base governista e o pré-candidato a deputado estadual Breno Araújo, marido da prefeita Márcia Conrado, ganhou registro até nas redes sociais e repercutiu fortemente nos corredores políticos. Fontes governistas relataram ao blog que o encontro, longe de ser apenas protocolar, foi carregado de cobranças duras, com direito a colocar Breno “contra a parede” diante da lentidão de sua pré-campanha e das indefinições dentro do próprio grupo.
Segundo relatos colhidos em reserva, os parlamentares (foto) foram protagonistas da cobrança. A avaliação interna é de que a pré-candidatura de Breno estaria “fria”, sem ritmo, e precisando de uma guinada urgente.
Avante no centro da disputa
O centro da discussão, de acordo com fontes, girou em torno do Avante, partido que compõe o governo municipal e que foi peça-chave no processo de reeleição de Márcia em 2024. À época, os irmãos Sebastião Oliveira (ex-deputado federal) e hoje pré-candidato a deputado estadual e Waldemar Oliveira, deputado federal, asseguraram a entrada da sigla e de outros aliados no palanque da prefeita, em um acordo que previa apoio futuro às suas candidaturas.
Agora, com a pré-candidatura de Breno, as cobranças públicas de Sebastião e Waldemar, somadas ao silêncio de Márcia, são lidas nos bastidores como um claro sinal de que a prefeita tem como prioridade garantir a eleição do esposo para a Alepe a todo custo. E o silêncio, aliás, não é novidade: historicamente, Márcia adota essa postura em momentos de tensão política, evitando posicionamentos diretos, o que culmina com implosões dentro de sua própria base.
Cobranças nominais e casos incômodos
Nessa reunião com Breno, nomes de peso da base foram citados. Vereadores questionaram, por exemplo, o posicionamento de Allan Pereira, secretário de Governo, e do vice-prefeito Faeca Melo. No caso dos dois, o apoio a Breno é visto como impossível, já que são aliados de longa data e fiéis a Sebastião e Waldemar Oliveira. O cenário se tornou desconfortável para ambos justamente porque o acordo firmado em 2024 previa sustentar a possível candidatura de Sebastião à Alepe e não a de Breno, lançado pela própria prefeita.
Também entrou no radar Márcio Oliveira, secretário de Assistência Social, que ainda não tornou público seu posicionamento.
O caso de Clênio Melo e de seu pai, o ex-vereador Agenor Melo, também veio à tona. Os dois já confirmaram apoio à reeleição de Luciano Duque (principal adversário político de Márcia), mesmo permanecendo na base da prefeita. Daí a cobrança dos vereadores: que Márcia e Breno deem a Clênio e Agenor o mesmo tratamento dado a China Menezes, que, segundo ele próprio, foi expulso do grupo por ter assumido voto em Duque.
Além disso, a cobrança ao pré-candidato não se restringiu ao “ritmo lento” da pré-campanha. Vereadores reclamaram até da dificuldade de comunicação, relatando que Breno, em muitas ocasiões, sequer atende o telefone, o que tem dificultado o diálogo interno.
Gin Oliveira e comparações incômodas
Outro ponto na reunião, segundo fonte ao blog, tem sido o comportamento do líder de governo na Câmara, Gin Oliveira (PSD). Os governistas apontaram que Gin não tem se dedicado à agenda de Breno, em contraste com a atenção e o esforço diário que ele tem dispensado à pré-candidatura de Charles de Tiringa, aliado que busca vaga na Câmara Federal. “…enquanto a gente tá participando de tudo, Gin não tem participado de nenhuma agenda mais, o negócio dele é só Charles”, disse a fonte em reserva revelando um trecho da conversa entre os vereadores e Breno.
Enquanto isso, vereadores da base exigem definições rápidas. Nos bastidores, a avaliação é de que, se o grupo governista não resolver essas pendências logo, a indefinição pode abrir ainda mais espaço para o fortalecimento da oposição liderada por Luciano Duque e do próprio Avante liderado pelos irmãos Oliveira, Sebastião e Waldemar que tem avançado na atração de apoio, dentro do próprio grupo governista, liderado pela prefeita Márcia Conrado.
Do Júnior Campos