Caixa confirma suspensão de consignados e servidores de Serra Talhada ficam sem crédito
O Blog Júnior Campos teve acesso a um ofício da Caixa Econômica Federal, datado de 3 de novembro de 2025, pela agência de Serra Talhada/PE (CE 029/2025), que confirma a suspensão dos contratos de empréstimo consignado do Instituto de Previdência de Serra Talhada (IPPMST). Segundo o documento, o convênio 10098-6 encontra-se suspenso “conforme rotina sistêmica e normativos internos”, o que impede os servidores vinculados de contratar ou renovar consignados. A regularização, de acordo com a Caixa, depende do repasse dos valores descontados dos servidores pelo próprio IPPMST, permanecendo a instituição à disposição para esclarecimentos adicionais. O ofício é assinado pelo gerente de carteira PF, Petronio Lima Guerra.

A gravidade do comunicado motivou, ainda nesta terça-feira (4), uma série de reuniões realizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Serra Talhada (Sintest) com os órgãos de controle. Uma comissão do sindicato esteve no Tribunal de Contas do Estado (TCE/PE) e no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para apresentar denúncias de irregularidades cometidas pela Prefeitura na gestão de recursos públicos e na retenção indevida de valores descontados em folha dos servidores municipais.
A primeira reunião foi com o presidente do TCE/PE, conselheiro Valdecir Pascoal, e a segunda com o Procurador-Geral de Justiça do MPPE, José Paulo Cavalcanti Xavier Filho. A presidente do Sintest, Veraluza Nogueira, a presidente do Conselho do Fundeb de Serra Talhada, Maricélia Santos, e o advogado Davi Duque relataram que, mesmo após recomendação do MPPE em dezembro de 2023, a prefeitura continua descontando valores de empréstimos consignados, contribuições sindicais e plano de saúde, mas não os repassa às instituições financeiras e entidades responsáveis, acumulando atrasos de até nove meses. Essa conduta tem causado negativação indevida de servidores, cancelamento de convênios e impossibilidade de contratar ou renovar consignados, como confirmado pelo ofício da Caixa.
Durante as reuniões, também foi abordada a Ação Civil Pública que tramita na Justiça Federal de Serra Talhada, investigando desvio de finalidade na aplicação dos recursos do Fundeb. Foi reforçado que as sobras dos 70% devem ser rateadas entre os professores, conforme determina a legislação, e não utilizadas para outras finalidades.
O comunicado da Caixa, que tornou pública a suspensão do convênio, evidencia a gravidade da situação e reforça a necessidade de ação imediata por parte da prefeitura e acompanhamento rigoroso dos órgãos de controle. O Sintest e os representantes legais dos servidores afirmaram que continuarão cobrando providências até que a situação seja regularizada, garantindo que os direitos dos trabalhadores da educação não sejam mais prejudicados.
DO Júnior Campos
