Crise explode no governo Márcia: rompimento, cobranças e discurso duro revelam instabilidade
O clima nos bastidores da política de Serra Talhada voltou a esquentar e já é descrito como um momento de insegurança política dentro do governo da prefeita Márcia Conrado (PT). Além da reunião sem avanço com o suplente Gin Oliveira, a gestora agora enfrenta também a baixa do vereador Clênio de Agenor, que decidiu firmar posição fora do seu campo político.
A relação entre Márcia e Gin já estava estremecida há bastante tempo. Depois que deixou a Câmara, Gin não recebeu da prefeita o acolhimento esperado.
Agora, Márcia também perde o apoio do vereador Clênio, num movimento que tem explicação dentro do próprio governo. Há semanas, vereadores vinham cobrando de Márcia um alinhamento mais claro da base em torno da pré-candidatura de Breno Araújo, esposo da prefeita, já que Clênio e o pai firmaram posição em prol da reeleição de Luciano Duque – definição aumentou o desconforto e abriu espaço para o rompimento – somado ao avanço de Rosimério de Cuca com ações asseguradas pela prefeita do Distrito de Caiçarinha; comunidade onde Rosimério e Clênio disputam o espaço político.
O clima de insatisfação se refletiu diretamente na sessão da Câmara desta terça (18). O vereador Jaime Inácio voltou a cobrar publicamente promessas não cumpridas pela gestão. Ele criticou a demora na liberação de poços artesianos, afirmou que existem a promessa de 24 poços e responsabilizou o município pela falta de liberação. Jaime também reclamou da falta de funcionamento de uma máquina perfuratriz que deveria atender à zona rural e lembrou que as emendas impositivas dos vereadores seguem sem execução.
O parlamentar afirmou que já conversou com a prefeita e com secretários, mas que “nada é resolvido”, reforçando a frustração da base. Para ele, a situação chegou a um ponto crítico: “não aguento mais ”, desabafou no plenário.
A soma desses episódios, distanciamento de aliados históricos, conflitos internos e cobranças públicas, consolida um cenário de instabilidade política na base governista.
DO Júnior Campos
