“Não é que a gente escolhe”: Auxiliar de Márcia confronta denúncias sobre irregularidades no sorteio das casas
A gerente de Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária de Serra Talhada, Carol Novaes, prestou esclarecimentos nesta terça-feira (02), na sessão da Câmara de Vereadores, após denúncias envolvendo os sorteios das unidades do Residencial Vanete Almeida.
Carol abriu a fala afirmando que o município mantém diálogo contínuo com órgãos de fiscalização. “Estamos sempre em contato com o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, que inclusive é o mais procurado. Já encaminhamos toda a documentação e a planilha final”, iniciou.
Ela explicou que, em março, foi realizado o recadastramento das famílias inscritas originalmente em 2017, exigência do Banco do Brasil. “As famílias precisavam reapresentar a documentação de 2017. O banco faz uma nova análise a cada dois anos, porque o padrão de vida e a composição familiar podem ter mudado”, disse.
Segundo Carol, foram convocadas cerca de 1.200 pessoas, mas apenas 853 compareceram. “Dos 902 imóveis destinados às famílias de 2017, só 853 pessoas compareceram. Então era necessário abrir novo edital para chamar mais gente. A contabilidade exige ainda 30% de cadastro de reserva”, completou.
Abertura dos editais e critérios
Ela reforçou que os editais 3, 4 e 5 foram abertos com todos os critérios sempre informados:
“Composição de vagas e cadastro de reserva sempre constaram nos editais, nas entrevistas e nas reportagens. Sempre frisamos isso”.
Após análise do Banco do Brasil, 741 pessoas de 2017 foram consideradas aptas para receber as casas. Restaram 161 unidades, que passaram a seguir a portaria do Ministério das Cidades. “A portaria determina grupos: 3% para PcD, 3% para idosos, 50% para programas sociais como BPC e Bolsa Família, e o restante para ampla concorrência”, explicou. Com isso, foram convocadas 81 pessoas dos programas sociais, 57 da ampla concorrência e 23 entre PcD e idosos.
“Não escolhemos quem entra ou sai”
Ao rebater as acusações de favorecimento, auxiliar da Prefeita Márcia Conrado (PT) foi taxativa: “Não é a gente que escolhe quem colocamos ou tiramos. O sistema é físico, automático. Quem tem mais critérios fica em primeiro, segundo, terceiro lugar… e assim por diante”. “Imagine que eu sou uma mulher negra, solteira, com uma criança com microcefalia e um idoso na composição familiar. Eu vou obedecer a quatro critérios da portaria. Já outra pessoa que não se encaixa nesses critérios terá menos pontos. Não tem escolha, é pontuação”, afirmou.
Segundo ela, houve casos de pessoas que estavam muito abaixo na lista, mas acreditavam ter direito à vaga.
“Teve colocação 190, 216, 300 e pouco. Tivemos um cadastro de mais de 4 mil pessoas. Nem todo mundo terá a pontuação necessária para conseguir a vaga”, ressaltou.
Aptos, mas fora da quantidade de casas
Sobre as queixas de quem apareceu como apto mas não recebeu casa, ela disse:
“Não estou dizendo que sua documentação não passou. Passou. Porém, não atingiu colocação suficiente ao número de casas. Se temos mais de 1.100 aptos e apenas 902 casas, alguém vai ficar de fora. Isso é do cadastro de reserva”.
Ao final, ela se colocou à disposição dos parlamentares: “Fico aberta a questionamentos, a alguma pergunta”, afirmou. Na sequência, os vereadores não apresentaram questionamentos.
Do Júnior Campos
