Rombo das estatais faz governo remanejar contas e preocupa para 2026
O rombo estimado em R$ 9,2 bilhões a partir dos Correios e de outras estatais federais fez com que o governo alterasse a alocação de recursos no orçamento deste ano. Segundo o relatório bimestral de avaliação dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento, R$ 3 bilhões foram remanejados para o governo conseguir entregar as contas dentro da meta fiscal, de déficit primário de R$ 31 bilhões.
✉️ A mudança se dá especialmente em razão do prognóstico negativo dos Correios. O próprio Ministério da Fazenda não esconde mais a insatisfação com os resultados apresentados. “O caso dos Correios nos alerta para a necessidade de acompanhar mais de perto e evitar que situações assim se repitam”, afirmou o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan.
➡️ Para reverter o rombo, o programa de reestruturação dos Correios foi aprovado na semana. Entre as principais medidas estão o fechamento de até mil agências ineficientes, um programa de demissão voluntária de funcionários, venda de imóveis e outros tipos de corte de despesas, como a reestruturação dos planos de saúde dos trabalhadores remanescentes.
📮 Ainda assim, a estatal disse que não vai abrir mão de um mercado no qual tem monopólio no Brasil: os serviços postais. No primeiro semestre do ano esse tipo de serviço custou à empresa R$ 5,4 bilhões, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões.
💸 Caso as novas medidas não entrem em vigor e a situação dos Correios não seja revertida, o prejuízo em 2026 pode chegar até R$ 23 bilhões — dificultando ainda mais a tentativa do governo de ajustar as contas públicas e zerar o déficit fiscal em 2026.
