Serra Talhada registra 541 vítimas de violência contra a mulher em 2025 e supera números do ano passado

O Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, marcado neste 25 de novembro, expõe um cenário preocupante em Serra Talhada. Um levantamento realizado pelo Blog Júnior Campos, com base nos dados oficiais da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), revela que o município registrou 541 vítimas de violência doméstica ou familiar contra a mulher entre janeiro e novembro deste ano. O número supera todo o mesmo período de 2024, quando haviam sido contabilizadas 496 vítimas, mostrando um avanço consistente da violência mesmo com a existência de políticas públicas e estruturas de proteção no município.

De acordo com os indicadores estaduais, os meses de maio (66 casos) e junho (60 casos) concentraram os maiores registros de violência em 2025. A análise demográfica reforça o impacto sobre mulheres adultas: 241 das vítimas têm entre 35 e 64 anos, representando 44% do total, enquanto 92 vítimas se enquadram na faixa de 25 a 29 anos, equivalente a 17,01% das ocorrências. Os números revelam que a violência se manifesta justamente em fases da vida marcadas por vínculos afetivos estabelecidos, dependência econômica compartilhada e convivência familiar prolongada.

O levantamento aponta ainda episódios recentes que chocaram a população. Um dos casos mais graves ocorreu em agosto, quando Maria Francisca de Moura Silva, 42 anos, foi morta com cerca de 18 facadas pelo ex-companheiro, crime registrado pela Polícia Civil como feminicídio consumado. Já em novembro, o corpo de Maria Osita da Silva Nascimento, 51 anos, foi encontrado às margens da BR-232, em trecho de Serra Talhada.

Apesar de contar com Secretaria Municipal da Mulher, Patrulha Maria da Penha, ações periódicas de conscientização e uma rede de apoio que funciona em articulação com a Polícia Civil e Militar, Serra Talhada não consegue reduzir os índices. Pelo contrário: os dados mostram que a violência cresce e se intensifica, exigindo reforço de políticas públicas, ampliação da fiscalização das medidas protetivas e fortalecimento da rede de acolhimento.