ENTRE VERSOS, TRAGÉDIAS, COMÉDIAS, PROSAS E SOCIODRAMAS: CARLOS SETT 30 ANOS DE ATIVIDADES ARTÍSTICAS E CULTURAIS
“A vida na sua simplicidade é banalíssima.
Sem o magnetismo da arte toda natureza é nula.”
Procópio Ferreira (1898-1979)
“O tempo tem sido um bom professor, disso não posso reclamar”, começa afirmando o artista, que nasceu em uma casinha de taipa/reboco na zona rural. “É um galeguin”, disse a parteira para sua mãe e sua avó materna, que acompanhava o parto, “é franzino o bichin, será que escapa”, falou. Descendente de
agricultores analfabetos que tiravam da terra (quando havia chuva) seu sustento, Carlos estava destinado a conquistar outros territórios. Sobreviveu a secas da década de 1980, e em 1991, mais um ano que castigava o homem da roça sem chuva e perspectiva de sobrevivência, seus pais
decidiramir para zona urbana, e é na escola que ele vislumbra um novo porvir.
Mesmo aos trancos e barrancos, trabalhando e estudando ao mesmo tempo, o menino foi crescendo e conquistando a muito custo seu lugar ao sol: “não sou uma celebridade, não ganho altos cachês, todavia, estou contente com o que faço, como faço e o quanto as histórias que conto, enquanto artista, tocam a vida do público que as consome. É um trabalho de formiguinha, sempre coletivo, e sou grato às tantas pessoas que já estiveram comigo no palco e/ou no set de filmagem, e as que ora estão trilhando ao meu lado esse labor”. Detalha ele e acrescenta: São mais de 30 personagens no Teatro, uns 13 em filmes e 5 livros publicados, fora as participações em antologias da ASL e da Paulinas Editora,
textos em Revistas, Jornais Impressos e diversos Blogs e Portais de Notícias. O fazer artístico é repleto de descobertas, é onde compreendo as várias versões de mim. Hoje, protagonizo minha história com a certeza de que ainda há muitas páginas a serem escritas, há vários personagens para eu
interpretar, diversas poesias para eu escrever e uma infinidade de histórias a serem contadas e reflexões a serem geradas nas plateias, nos espectadores e no público leitor”. Resume.
Carlos Sett se coloca como um militante das artes e faz menção, sendo um abnegado baluarte no município quando se trata da arte teatral, e nos lembra das frustrações, dos tropeços, que fazem presente na maioria das profissões, pois a vida não é somente poesia e comédia, as tragédias também são válidas, e assim como no palco, elas se fazem presente no cotidiano das pessoas, os desafios e os perrengues são inúmeros: “eu quis ficar aqui (sou bairrista) e não seguir para os grandes centros. Isso gera mais dificuldades, pois o interior é sempre desprovido de politicas públicas abrangentes… Inclusive, nem Teatro (prédio) temos ainda. Desde que iniciei nesta profissão, me juntei a outros na luta por essa causa, e isso me ensinou a valorizar o que verdadeiramente importa. A dedicação e o emprenho na produção de cada obra é o que determina o seu valor, e me encho de satisfação por tudo o que construí (quase nada) até o presente momento”. Pondera o artista.
“Para finalizar, minha total e absoluta gratidão aos companheiros e companheiras de jornada. Agradeço também aos que me querem bem pela força compartilhada, assim como aos que duvidaram de mim, pois, mesmo sem perceber, me ensinaram a não desistir. Que os próximos caminhos me levem ainda mais longe e que eu saiba escolher quem levar comigo e o que devemos realizar. EVOÉ”!
Em tempo, colegas de cena fazem citações sobre ele, celebrando junto ao artista seus 30 anos de atividades artísticas e culturais.A atriz Dorotea Nogueira, escreve: “defino Carlos Sett como um grande profissional, que abraçou a arte do Teatro com uma paixão sem igual, é roteirista, diretor, escritor, poeta e amante de todas as artes, ele é mesmo um exemplo para todos nós, parabéns companheiro pelas 3 décadas de atuação. A você meu carinho e gratidão pelas oportunidades de estarmos juntos em cena, seja no teatro ou nos filmes”
“Pessoas como Carlos sett nos mostram que a arte vai muito além de algo belo, é sobre luta e resistência, encontrar alguém que persevera nesse mundo há tanto tempo e segue ensinando, aprendendo e compartilhando, é de grande inspiração e força, parabéns pelo grande artista que você é, que siga fazendo e inspirando tanta arte no mundo”. Descreve Val/Menades, artesã e produtora de arte.
A jovem atriz Clara Santos, fala com admiração: “Carlos é um ator excelente, uma pessoa maravilhosa de se trabalhar junto, é uma inspiração imensurável no meio artístico. Um homem que vêpotencial nas pessoas mesmo quando elas não veem em si, aquele que acolhe o sonhador e transforma em artista. Carlos fez e faz o nome de Serra Talhada ser reconhecido no meio teatral, com oficinas maravilhosas, seus filmes e livros são obras de arte que precisam ser apreciadas por um grande público, pois trazem histórias e mensagens transformadoras e belas”.
Já o multi artista Hícaro Nogueira diz: “Carlos Sett é, sem dúvidas, a resistência da arte em pessoa. Sempre na ativa, seja na saúde ou na doença, nunca abandonou o seu ofício. O movimento artístico de Serra Talhada tem uma boa porcentagem da influência de Carlos, e muitos novos artistas estão continuando esse legado graças a ele. Em resumo, um ser humano necessário neste planeta”!
“30 anos de arte, no fazer teatral.
Carlos Sett é um ser, que nasceu com o dom real.
De resistência, ousadia, sofrimento e alegria.
Falar de cultura, cinema, teatro e literatura em Serra Talhada, o seu nome irradia.
Parabéns por seu legado, tanto aprendizado que eu carrego com alegria.
Sua história é eterna e será cada vez mais, aumentando a cada dia”.
Fala em versos para o parceiro das artes, a atriz Dany Feitosa.