Alepe retoma atividades e reforça autonomia; pauta do empréstimo domina discursos

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) retomou os trabalhos nesta segunda-feira (5) após o recesso parlamentar, com uma sessão marcada por discursos sobre a independência do Legislativo, demandas sociais e a polêmica em torno da votação do projeto de empréstimo solicitado pelo Governo do Estado.

Na abertura da reunião plenária, o presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), destacou o papel institucional da Alepe na fiscalização do Executivo e na elaboração de leis. “Vamos trabalhar para superar as divergências. Ainda que existam diferenças, há disponibilidade para o diálogo e construção de entendimento”, disse Porto, defendendo uma relação institucional respeitosa entre os Poderes. Ele também reforçou o compromisso com programas sociais, como o Alepe Cuida, que leva serviços de saúde e cidadania a diversos municípios.

Governo e aliados pedem união

Durante o Pequeno Expediente, o deputado Izaías Régis (PSDB) defendeu a união dos parlamentares em torno de projetos estruturadores para o estado. Ele propôs uma reunião com a Mesa Diretora da Alepe para destravar o projeto de empréstimo do Governo do Estado, ressaltando a importância da atuação legislativa para o desenvolvimento de Pernambuco.

A deputada Socorro Pimentel (União) também exaltou os resultados da gestão Raquel Lyra, apontando a retirada de quase um milhão de pernambucanos da pobreza, e anunciou projetos futuros como a requalificação de rodovias e o fortalecimento do abastecimento hídrico.

Empréstimo em debate

O projeto que autoriza o Estado a realizar operações de crédito foi alvo de embates. O deputado Doriel Barros (PT) cobrou o presidente da Casa para que a proposta, que tramita em regime de urgência, seja pautada em plenário. Segundo ele, o prazo constitucional para apreciação já foi extrapolado em mais de 90 dias. “Não está certa essa movimentação de deixar passar algumas propostas e segurar outras”, criticou.

Antônio Moraes (PP) defendeu o empréstimo, destacando a necessidade de obras como o Arco Metropolitano e os desafios futuros com o fim dos incentivos fiscais em 2032. Socorro Pimentel, em aparte, sugeriu que o atraso pode ter motivação político-eleitoral.

Por outro lado, o deputado Waldemar Borges (PSB) questionou a real urgência do empréstimo, afirmando que recursos já aprovados ainda não foram utilizados pelo Governo. “Pouco foi captado e executado. Do R$ 1 bilhão que entrou, só R$ 10 milhões foram aplicados”, disse. Cayo Albino e Junior Matuto (PSB) apoiaram o discurso, embora este último tenha declarado voto favorável à proposta. O deputado Pastor Cleiton Collins (PP), por sua vez, pediu que o foco fosse nos benefícios dos recursos, com a Alepe cumprindo seu papel de fiscalização.

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