ANP: Diesel fica mais caro que gasolina pela primeira vez desde 2004

Estadão

O preço do litro do diesel passou pela primeira vez o da gasolina, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgado nesta sexta-feira, 24, refletindo a alta dos preços internacionais dos combustíveis, que fizeram a Petrobras reajustar o diesel em 14,2% e a gasolina em 5,2%, no último dia 18.

O preço médio do diesel nos postos de abastecimento em todo o território nacional atingiu, na semana de 19 a 25 de junho o preço de R$ 7,568/litro, enquanto o preço médio da gasolina ficou em R$ 7,390/litro. O valor mais alto do diesel foi encontrado a R$ 8,850/litro no Acre, e o mais baixo a R$6,290/litro no Rio de Janeiro.

A alta em relação à semana anterior foi de 9,6% no caso do diesel e de 2,2% na gasolina. O diesel tem sido mais disputado no mercado global e a previsão é de que a partir do segundo semestre os preços sejam ainda maiores, por causa da substituição do gás russo da Europa pelo combustível, após as sanções impostas à Rússia pela invasão na Ucrânia. Também a partir de julho começam as férias de verão no hemisfério norte, que aumentam a demanda também da gasolina, e os furacões nos Estados Unidos, fenômeno que interrompe por muitas vezes a produção do Golfo do México.

No mercado interno, porém, o governo tenta segurar possíveis futuras altas, trocando mais uma vez o comando da Petrobras. Nesta sexta-feira, o Comitê de Elegibilidade da estatal está reunido para avaliar o nome de Caio Paes de Andrade para a presidência da empresa, que deve ser homologado na segunda-feira, 27, pelo Conselho de Administração. Mesmo antes do aumento, o preço do diesel nas bombas dos postos já era criticado pelos caminhoneiros, que no segundo semestre aumentam o consumo do combustível por causa do transporte da safra agrícola.  Do Nill Júnior

 

Um comentário em “ANP: Diesel fica mais caro que gasolina pela primeira vez desde 2004”

  1. Diga-se primeiro que a gasolina e o diesel são a mola propulsora da economia. 70% de tudo que se produz no país é transportado sobre rodas (em caminhões, picapes, furgões, etc), e o aumento constante do preço desses combustíveis encarece a produção de bens de consumo, sobretudo dos alimentos.

    Num país como o nosso com a economia instável e com cerca de 11 milhões de desempregados, são por demais abusivos, chegam a ser imorais esses aumentos frequentes dos combustíveis que impactam de forma negativa a vida de todos nós.

    Não dá mais para tolerar essa política de preços abusiva e voraz praticada pela estatal. Alguma coisa tem que ser feita de forma efetiva para redução dos preços desses combustíveis no âmbito do mercado interno.

    O aumento constante do preço dos combustíveis, especialmente gasolina e diesel, gera invariavelmente forte impacto na inflação, o que afeta a economia como um todo, desestimulando investimentos no setor produtivo e provocando mais desemprego no país.

    O teto para cobrança do ICMS sobre os combustíveis, aprovado no Congresso, bem como a PEC dos combustíveis em trâmite no Senado, se aprovadas, poderão eventualmente reduzir o preço final nas bombas por algum tempo.

    Por que “poderão eventualmente” reduzir o preço nas bombas (ideia de possibilidade e não de certeza) ?

    Porque o preço do produto ao consumidor final nos postos de revenda depende de cada empresa revendedora e dos próprios postos de combustíveis, que por serem empresas privadas praticam as regras do Livre Mercado, vale dizer, praticam o preço que quiserem, incluindo no preço da gasolina e demais combustíveis os custos e as margens de comercialização e lucro que bem entenderem.

    Exemplo comum desses abusos cometidos por empresas revendedoras e postos de combustíveis é que quando há aumento do preço dos combustíveis nas refinarias, o preço nas bombas IMEDIATAMENTE AUMENTAM também.

    Mas quando os valores comercializados nas refinarias diminuem, os preços nos postos NÃO DIMINUEM, permanecem inalterados, ou seja, a redução do preço dos combustíveis nas refinarias nunca chega ao consumidor final por decisão única e arbitrária de cada empresa revendedora e pontos de venda que gozam de total liberdade na formação dos preços ao consumidor final.

    De nada adianta também trocar o presidente da Petrobras. A política de preços da estatal não mudará, continuará a mesma com reajustes periódicos baseados no preço do barril de petróleo, pois é assim que funciona esse mercado e está longe de mudar.

    O governo federal já trocou três presidentes da Petrobras. Pergunta-se: adiantou alguma coisa? Claro que não !

    Durante todo o mandato de Bolsonaro houve aumentos sistemáticos dos combustíveis.

    A pergunta que se faz é:

    – Por que somente agora, às vésperas das eleições, resolveram pressionar a cúpula da Petrobras?

    Fica a impressão de que toda essa correria de Bolsonaro para baixar o preço do diesel e da gasolina “antes das eleições” seria uma medida tão somente paliativa de efeitos provisórios com finalidade manifestamente eleitoreira.

    Uma forma realmente eficaz de garantir a redução dos preços nas bombas seria por meio da imposição do tabelamento de preços dos combustíveis, estabelecendo-se por lei o preço máximo do litro de gasolina e diesel a ser comercializado no país, medida essa que controlaria de forma efetiva os preços praticados arbitrariamente pelas distribuidoras, que auferem com isso vultosos lucros na maioria das vezes de forma abusiva e desproporcional com a realidade, em detrimento da economia brasileira como um todo e, por consequência, em prejuízo de todos nós.

    Por que então não se tabela o preço dos combustíveis ao consumidor final?

    Resposta: porque não querem, eis que no Brasil há também muita gente ganhando milhões com essa política de preços da Petrobras. E essa gente está fortemente representada no Congresso Nacional.

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