José Dumont já era investigado por estupro de menino de 12 anos; em nota, Globo confirma demissão do ator
O ator José Dumont, de 72 anos, foi preso em flagrante nesta quinta-feira (15), por policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), pelo crime de armazenamento de imagens de sexo envolvendo crianças. O crime é previsto no Artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os agentes cumpriam mandado de busca e apreensão na casa do ator. Ele foi detido para a sede da DCAV e encontra-se à disposição da Justiça. A investigação corre sob sigilo.
José Dumont foi alvo de investigação em inquérito na DCAV pelo crime de estupro de vulnerável. De acordo com a polícia, ele teria se aproveitado do prestígio e reconhecimento como ator para atrair a atenção de um adolescente de 12 anos, que era fã do suspeito.
A investigação aponta ainda que ele desenvolveu um relacionamento próximo com o menino, oferecendo ajuda financeira e presentes, valendo-se da vulnerabilidade financeira da vítima para, a partir daí, fazer investidas com beijos na boca e carícias íntimas, que acabaram sendo captadas por câmeras de vigilância, dando início às investigações.
A polícia informou ainda que, durante as buscas, imagens e vídeos de sexo envolvendo crianças foram encontradas no computador pessoal e no celular do investigado, o que levou à prisão em flagrante.
Com mais de 40 de carreira, José Dumont está escalado para a novela “Todas as Flores”, no Globoplay, plataforma de streaming da TV Globo.
Nota da TV Globo
Em nota, a TV Globo informou que “o ator José Dumont estava contratado como obra certa especificamente para a novela “Todas as Flores”, a ser exibida no Globoplay. Diante dos fatos noticiados, a Globo tomou a decisão de retirá-lo da novela. A suspeição de pedofilia é grave. Nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa, ainda que ocorra na vida pessoal dos contratados e de terceiros que com ela tenham qualquer relação.”
Carreira
Dumont iniciou sua trajetória artística no final dos anos 1970, quando participou dos filmes “Morte e vida Severina” (1977), “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977), “Tudo bem” (1978) e “Amor bandido” (1979). Pouco depois, em 1981, faz sua estreia na TV em outra adaptação de “Morte e vida Severina”.
O ator conquistou em três oportunidades o Kikito, prêmio principal do Festival de Gramado. A primeira estatueta, de melhor ator coadjuvante, veio com “Gaijin – Os caminhos da liberdade (1980)”. No ano seguinte, levou o prêmio de melhor ator por “O homem que virou suco” (1981). O terceiro Kikito veio por “O baiano fantasma” (1984).
Nos anos 1980, brilhou em “A hora da estrela” (1985) e trabalhou em vários filmes dos Trapalhões, como “O cangaceiro trapalhão” (1983), “Os Trapalhões e o Mágico de Oróz” (1984) e “Os Trapalhões no auto da compadecida” (1987). Na TV, se destacou em “Grande sertão: Veredas” (1985) e na primeira versão de “Pantanal” (1990).
O início dos anos 2000 marcou uma nova grande fase na carreira do ator, com atuações elogiadas em “Abril despedaçado” (2001), “Narradores de Javé” (2003) e “2 filhos de Francisco: A história de Zezé di Camargo & Luciano” (2005).
Recentemente, se destacou na série “Cidade invisível“, em que interpretou Ciço.
Do painelpolitico