Luciano Duque defende legado com discurso emocionado e cobra julgamento justo: “O povo nos julga nas urnas e Deus, pelas nossas ações”
Em um discurso firme, emocionado e marcado por referências pessoais e bíblicas, o deputado estadual e ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, ocupou a tribuna da Câmara Municipal nesta terça -feira (08) para se defender e fazer um apelo aos vereadores, durante o julgamento das contas de sua gestão referentes ao exercício de 2019. O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) recomendou aprovação com ressalvas.
Duque iniciou cumprimentando os parlamentares e o público presente, em especial seu pai João Duque, sua esposa Karina, o filho Miguel, o irmão Murilo Duque e amigos que acompanharam de perto o momento. “Venho mais uma vez a esta Casa Legislativa com humildade e serenidade, para falar ao povo da minha terra e defender minha história. Não estou aqui para pedir favor, mas para pedir que exerçam, com sabedoria e zelo, o poder que o povo confiou a cada um de vocês”, declarou.
O parlamentar ressaltou que seu julgamento já está tecnicamente fundamentado pelo órgão máximo de controle externo, o TCE-PE, e que confia no senso de justiça dos vereadores. “Não acredito que outro entendimento, que não seja o justo e fundamentado na ética, prevaleça aqui. Não podemos permitir que vontades alheias ao interesse público conduzam decisões como essa”, disse Duque, em recado direto à base governista.
Em tom de gratidão, o deputado mencionou parcerias com diversos parlamentares em ações nas comunidades do município, como o vereador André Maio, em Água Branca, Rosimério de Cuca, Antônio Rodrigues, Zé Raimundo, e citou ações no esporte e na zona rural que, segundo ele, mudaram a realidade de muitos serra-talhadenses. “Nunca soltamos a mão de ninguém pelo caminho. Sempre estive ao lado de quem sonhava e trabalhava por uma cidade melhor”, afirmou.
Aos vereadores de primeiro mandato, deixou um alerta: “Peço serenidade. Que não comecem a caminhada sem olhar para o futuro e sem pensar nas consequências dos atos que tomamos nesta Casa. O peso das nossas decisões impacta muitas vidas, e exige de nós coragem para dormir com a consciência tranquila”.
Duque ainda se dirigiu nominalmente a Lindomar Diniz , a quem chamou de amigo e reconheceu o “trabalho brilhante”; ao vereador Clênio Agenor, herdeiro político de Agenor de Melo, homenageado com reverência como símbolo de sabedoria e espírito público. “A ele, minha mais sincera gratidão pela paciência, pelos ensinamentos e pela amizade”, afirmou o deputado, visivelmente emocionado.
Em tom final, Duque elevou a reflexão moral e espiritual:
“Faço essa reflexão porque acredito que Deus nos permite exercer o poder para fazer o bem, nunca o mal. Não parte d’Ele que usemos o poder para prejudicar quem quer que seja, mesmo os que são nossos adversários.”
Por fim, relembrou um gesto íntimo de seu pai, João Duque: “Essa semana ele me mandou um vídeo, recitando passagens bíblicas. Me deixou de alma leve e com lágrimas nos olhos. Foi uma mensagem de fé, que me fortaleceu”.
Com um discurso carregado de emoção, firmeza e memórias, Luciano Duque deixou a tribuna com a convicção de que será julgado com justiça:
“O povo nos julga nas urnas. Deus nos julgará pelo que fizermos aqui na terra. E sei que, no fundo, cada um de vocês sabe o que fizemos por muita gente – como prefeito e como ser humano.”
Do Júnior Campos