Sem efetivo suficiente, detentos comandam crime de dentro das prisões

Não é novidade que é de dentro dos presídios que opera, livremente, o crime organizado em Pernambuco. Sem um efetivo suficiente, com mais de 2.200 cargos vagos na Polícia Penal, os detentos terminam agindo sem qualquer impedimento para mandar aqui do lado de fora.

O caso mais recente desse tipo de prática, por exemplo, foi na semana passada, quando um triplo homicídio em Flores, no Sertão pernambucano, foi transmitido ao vivo de fora para dentro da cela de uma unidade prisional.

Outro caso chocante aconteceu, ontem, em Camaragibe, quando após a prisão pelo Denarc de indivíduos ligados ao narcotráfico, com histórico de roubo, tráfico e homicídios, foi informado por moradores do Loteamento João Paulo II a existência de câmeras colocadas pelo crime organizado em suas residências. E, pasmem, elas eram monitoradas de dentro do presídio pelo líder do tráfico de Camaragibe.

Nunca é demais destacar que Pernambuco conta com quase 900 policiais penais prontos para atuarem cumprindo seu papel de manter a segurança e ordem dentro das unidades prisionais. O Estado, inclusive, investiu na capacitação desses agentes mais de R$ 12 milhões, mas a inércia da atual gestão fecha os olhos para esse e outros crimes bárbaros cujas ordens partem de dentro dos presídios estaduais.

Orçamento existe, são cerca de R$ 80 milhões disponibilizados na LOA deste ano para a convocação, contudo, a governadora Raquel Lyra continua pedindo aos aprovados no concurso da Polícia Penal mais paciência. Na cabeça da tucana, só quando os presídios que serão construídos e outros reformados, sem previsão de conclusão, diga-se de passagem, todos deverão ser chamados. Até lá, quem está fora dos muros que deveriam conter a violência, vivem presos e reféns da insegurança pública que virou marca da gestão. DO Blog do Magno Martins

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