Serra Talhada: 171 Anos de História!
Na época da colonização do nosso Estado, os colonizadores não dispunham de capital para instalar engenhos açucareiros ou até mesmo para plantar a cana.
Devido a isso, começaram a dedicar-se à atividade pecuária, especialmente a
criação do gado bovino.
Dessa forma, a pecuária tornou-se uma atividade econômica que complementava a do sistema açucareiro e passou a desenvolver-se em áreas longínquas, forçando assim um processo de interiorização e consequentemente, a
conquista dos sertões.
Nesse processo, o Rio São Francisco e o vale dos seus afluentes foram muito utilizados até às adjacências da Cachoeira de Paulo Afonso.
Essa trilha foi seguida pelos colonizadores pernambucanos e baianos.
Segundo Capistrano de Abreu, na margem pernambucana, a Casa da Torre possuía 250 léguas de testada. Nesta faixa de terra conhecida como Sertão de Rodelas, existiam mais de 800 currais, na maioria pertencentes à Casa da Torre.
De acordo com a tradição histórica, um desses currais do Potentado Baiano, estava situado no sopé da Serra dos Cariris e outro pertencente a Agostinho Nunes de Magalhães, localizava-se nas proximidades da Sera Talhada.
Supõe-se que o «Vínculo do Morgado», documento original pertencente à Casa da Torre da Bahia foi lavrado no ano de 1786 e o primeiro pagamento do arrendamento foi efetuado em 1787.
O curral do sopé da Serra dos Cariris, quase na cabeceira do Rio Pajeú, tomou o nome de Pajeú das Flores, que depois foi elevada à categoria de vila, tornando-se politicamente importante devido a sua fixação como cabeça da Comarca do Sertão Pernambucano.
O outro, da Serra Talhada, situado no cruzamento das estradas que vão da Ribeira do Pajeú até às margens do São Francisco e do Estado da Paraíba até o Estado do Ceará, iniciou seu desenvolvimento com a edificação de uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Penha.
Segundo o pesquisador Luiz Lorena, figura ilustre da região, a Capela da Penha foi construída defronte à casa grande da fazenda, nos anos de 1789/1790, por Filadelpha Nunes de Magalhães, filha do consórcio de Agostinho Nunes de Magalhães com uma nativa Cariri. Para edificação da Capela da Penha foi utilizada a mão-de-obra escrava.
Em 1838, pela Lei Provincial nº 52 de 18 de abril, ascendeu à categoria de freguesia desmembrada de Flores, transformada em distrito daquele município, sendo impulsionado pelo comércio do gado.
A Revolução Praieira, em 1848, se estendeu do litoral aos sertões, através do movimento liberal.
Uma coluna de filiados do Partido Liberal, comandada pelo Cel. Francisco Barbosa Nogueira Paz, se opôs a empossar correligionários do Partido Conservador nos cargos de Juiz de Paz e Vereadores do Pajeú das Flores. Com isto, desencadeou-se uma grande luta, iniciada a 18 de novembro e terminada 48 horas depois com a rendição dos liberais.
O Cel. Francisco e mais vinte companheiros foram capturados. O povo de Serra Talhada que estava com a legalidade enviou um forte contingente e se saiu privilegiado. Prova disto é que no dia 20 de novembro, o Delegado legalista telegrafou ao Presidente da Província dizendo que por falta de segurança na cabeça da Comarca, havia conduzido os presos para a povoação de Serra Talhada.
Este fato vinculado a muitos outros de injunção política culminaram logo com o estabelecimento do município de Serra Talhada, sob a denominação de Villa Bella, através da Lei Provincial nº 280, de 06 de Maio de 1851.
Foi nomeado como primeiro intendente, o Coronel Manoel Pereira da Silva; como primeiro Juiz, o Dr. Joaquim Gonçalves Lima; como Promotor Público, o Dr. Marcos Ferreira da Câmara; como Tabelião, o Dr. Manoel do Nascimento Casado Lima e como Juiz de Paz, o Sr. Braz Nunes de Magalhães.
No ano de 1893, constituiu-se a autonomia do município e organizou-se a primeira Câmara sob a presidência do Pe. Antonio Gonçalves Lima. O nosso primeiro Prefeito foi o Sr. Andrelino Pereira da Silva, O BARÃO DO PAJEÚ, mas a sede municipal só obteve foros de cidade no dia 1º de julho de 1909.
Em 1911 foi feita a Divisão Administrativa, ficando Villa Bella com três distritos: o da Sede e mais os de São Francisco e Barro Vermelho, e em 1938 incluiu-se a estes, o de Sítios Novos.
Ainda no mesmo ano, fixou-se a divisão territorial que iria vigorar no quinquênio 1939/1943, estabelecendo que o município de Villa Bella seria composto dos distritos de Serra Talhada (Sede), Bernardo Vieira, Pajeú e Tauapiranga, substituindo as denominações anteriores. Mas, no ano seguinte, 1939, pelo Decreto Estadual nº 336 de 15 de Junho, a cidade passou a chamar-se definitivamente SERRA TALHADA.
Hoje fazem parte do território municipal 09 Distritos. A Sede do Município é a cidade de Serra Talhada e sua divisão administrativa é constituída pelos seguintes distritos com suas respectivas áreas adjacentes urbanas e rurais em uma área total de 2.980 Km² encravado no sertão do Pajeú, Estado de Pernambuco:
1º – Sede;
2º – Distrito: Bernardo Vieira
3º – Distrito: Caiçarinha da Penha
4º – Distrito: Luanda (Água Branca)
5º – Distrito: Pajeú (Serrinha)
6º – Distrito: Tauapiranga
7º – Distrito: Santa Rita
8º – Distrito: Varzinha
9º – Distrito: Logradouro.