Antônio de Antenor denuncia atraso no salário dos garis, contesta Gin Oliveira e cobra postura do presidente da Câmara
Na sessão desta terça-feira (13), o vereador Antônio de Antenor, da bancada de oposição, subiu à tribuna da Câmara de Serra Talhada para fazer duras críticas à gestão municipal e também à condução dos trabalhos no legislativo. Com um discurso direto, o parlamentar trouxe denúncias, rebateu falas da vereador Gin Oliveira e ainda cobrou isonomia ao presidente da Casa, Manoel Enfermeiro, após ser interrompido enquanto discursava.
Logo no início, Antônio destacou que tramita na Câmara o projeto de título de cidadã serra-talhadense para a governadora Raquel Lyra, de sua autoria em conjunto com o vereador Lindomar Diniz. Ele defendeu a honraria como forma de reconhecimento pela atuação da governadora no município:
“Está tramitando aí e será votado um título de cidadão para a governadora. Título esse que eu e o vereador Lindomar apresentamos por questão de reconhecimento o trabalho feito em Serra Talhada. Daqui a pouco será votado e fica a critério de cada vereador se deve votar a favor ou não. O voto é democrático.”
Na sequência, o vereador partiu para uma das principais denúncias do seu discurso: o atraso no pagamento dos garis da cidade.
“Os garis de Serra Talhada estão com salário atrasado. Às praças, por exemplo, o Methódio Godoy está em uma calamidade com mato. Os pessoal que campina estão também com salário atrasado e nos postos de saúde. Lamentável porque gari é uma questão de um trabalho sofrido e eu digo isso porque já fui diretor de gari. É um sofrimento total esse salário atrasado e não deve ser atrasado.”
O vereador também respondeu a uma fala feita na sessão anterior pelo vereador Gin Oliveira, que alegou ser necessária a criação de uma comissão formal para realização de fiscalizações. Antônio discordou com base no que determina a Lei Orgânica do Município:
“Foi citado aqui que, para a gente fiscalizar, tem que ser aprovado uma comissão parlamentar para que seja marcada o dia e a hora. Eu discordo. Nós trabalhamos com o regimento interno e a Lei Orgânica do Município. Todo mundo sabe que vereador é eleito pelo povo para fiscalizar os órgãos do município.”
“No exercício do seu mandato, o vereador terá livre acesso às repartições públicas municipais, podendo pessoalmente junto aos órgãos da administração, direta e indireta, inclusive junto ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, devendo atender pelo respectivo responsável na forma da lei. Está aqui. A Lei Orgânica nos assegura que nós podemos fazer fiscalização em qualquer órgão público.”
“Foi citado que, inclusive, tem que seguir a orientação do STF. Respeito completamente o STF, mas eu quero dizer, líder Maia André, que a gente vai continuar fiscalizando. Porque nós temos a cobertagem, fomos eleitos pelo povo.”
Durante o discurso, Antônio foi interrompido com o toque da campainha por parte do presidente da Câmara, Manoel Enfermeiro, o que gerou forte reação:
“Tenho o maior respeito pela vossa excelência. Voltei no senhor porque acredito na sua dignidade. Mas quando a oposição está falando, a vossa excelência bate logo a campainha. O líder da situação, na sessão passada, falou 30 minutos, e a vossa excelência não bateu a campainha. Eu fiquei observando. Então, não tem dois pesos e nem duas medidas nesta casa. É um peso só”, cobrou.
Ao comentar a situação da saúde no município, o vereador também se posicionou sobre a falta de medicamentos e afirmou ter presenciado a ausência de antibióticos nos postos:
“O vereador deu a entender à população, porque eu também entendi, que o Elidon Maia estava mentindo. Eu aprendi com meu pai, analfabeto, a falar a verdade. Fomos nos postos de saúde, sim. Vimos com nossos olhos que realmente não tinha antibiótico. E nenhum posto de saúde tinha antibiótico. Agora chegou. Três tipos de antibióticos, no posto 1 do IPSEP.”
O vereador ainda mencionou a situação dos empréstimos consignados, denunciando que mesmo com acordos firmados, os nomes dos servidores continuam com restrições em sistemas financeiros:
“Por exemplo, os consignados, três meses atrasados, será que é mentira do vereador? Eu fui no Banco do Brasil, e o banco forneceu um documento que fizeram um acordo na Caixa Econômica para tirar o nome do pessoal do Serasa e do SPC. Mas, em compensação, ele tem uma lei que determina pelo Banco Central…Então, meu nome não está no SPC, mas está nessa situação aqui do Banco, que eu não posso fazer nenhuma movimentação na minha conta, porque estou prejudicado. Isso eu estou falando por mim, não pelos outros”, disse.
DO Júnior Campos