Márcia aperta o cerco, João Duque entra no jogo e bastidores ferventes marcam votação das contas de Luciano Duque
A votação das contas do ex-prefeito e atual deputado estadual Luciano Duque, referentes ao exercício de 2019, ganhou nova data na Câmara de Vereadores de Serra Talhada: 8 de julho. O adiamento, longe de esfriar o clima, elevou ainda mais a temperatura política no município, com movimentações intensas de ambos os lados e a entrada em cena de um novo e emblemático personagem: Sr. João Duque, pai de Luciano.
De acordo com apuração do Blog, Sr. João Duque teria entrado diretamente no circuito político, fazendo ligações a vereadores e buscando apoio para manter o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), que aprovou as contas com ressalvas. A presença do empresário nos bastidores foi vista como um gesto claro de que o grupo de Duque não pretende perder essa batalha sem luta.
Enquanto isso, a prefeita Márcia Conrado intensificou as articulações nos últimos dias. Os bastidores indicam que ela tem se dedicado diuturnamente a reuniões e telefonemas com parlamentares, empenhado em construir uma maioria capaz de rejeitar as contas do ex-gestor. Para isso, o grupo da prefeita Márcia Conrado precisa reunir 12 votos contrários — uma missão difícil, mas não impossível diante do cenário ainda indefinido.
Um novo fator pode influenciar diretamente o resultado: a possível ausência do vereador Zé Raimundo, que deverá ser submetido a uma cirurgia e pode ficar fora da sessão. Se isso se confirmar, o número mínimo de votos para garantir a aprovação das contas cai de seis para cinco, tornando o desafio da oposição ainda maior.
Hoje, o placar extraoficial aponta que Luciano Duque conta com o apoio consolidado de sete vereadores, enquanto a base da prefeita teria cinco. Outros quatro parlamentares seguem como fiéis da balança, alvo de pressões e promessas nos bastidores.
O presidente da Câmara, Manoel Enfermeiro (PT), ainda não se manifestou publicamente sobre o encaminhamento da votação, o que aumenta a tensão e a sensação de que o jogo ainda está em aberto. Manoel tem sido cauteloso diante das pressões e, segundo fontes, ainda não se sentiu à vontade para bater o martelo definitivo sobre o julgamento.
O cenário, portanto, é de incerteza e movimentação intensa. A entrada de João Duque no jogo, aliada à força política e à articulação da prefeita Márcia, transformam o julgamento das contas em um termômetro do embate político que pode antecipar o clima das eleições de 2026.
Até o dia 8 de julho, muita coisa pode mudar. Mas uma coisa já está clara: em Serra Talhada, as contas de 2019 viraram peça-chave de uma disputa que está longe de ser apenas contábil.
DO Júnior Campos