Diretor do HR Emília Câmara confirma 1ª suspeita de caso de varíola, em Afogados
O diretor do Hospital Regional Emília Câmara, confirmou em conversa com a redação do blog na tarde desta quarta-feira (9), que a unidade acompanha o primeiro caso suspeito de varíola (chamada erroneamente de varíola dos macacos), em Afogados da Ingazeira.
Segundo o diretor, o paciente está clinicamente bem e aguarda o resultado do exame encaminhado para o Lacem.
Duque se mostrou preocupado com o preconceito que o paciente possa vir a sofrer, caso seja confirmada a doença. “As pessoas não entendem e ficam jogando pedra. Imagina os familiares dessa pessoa? Vamos esperar sair o resultado para poupar o paciente e os familiares”, destacou Sebastião Duque.
Segundo o diretor, caso se confirme, a investigação sobre o local onde o paciente possa ter se contaminado ficará a cargo da Secretaria Municipal de Saúde.
Por medo e ignorância, a doença tem ocasionado outro problema no Brasill: os ataques contra os símios brasileiros.
Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, quatro macacos-prego já foram resgatados com sinais de intoxicação nos últimos dias. Um deles era filhote, encontrado morto no local, na Mata dos Macacos.
Outros quatro animais da espécie saguis-de-tufos-pretos também foram resgatados após intoxicação, dessa vez no Parque Ecológico Sul. Nenhum deles resistiu.
Apesar do nome, a varíola só é transmitida de pessoa para pessoa, como destaca o médico infectologista Marcos Caseiro à RBA.
O especialista explica que a doença recebeu esse nome no final dos anos 1950, após a descoberta inicial do vírus em macacos de um laboratório da Dinamarca.
“Esse vírus chama Monkeypox porque ele fez (nos animais em teste) umas lesões vesiculares muito semelhante à varíola e ele foi descrito pela primeira vez em 1958 na Dinamarca. O macaco é uma vítima junto com o homem. Temos ouvido falar que as pessoas estão matando macacos. E é uma completa, total e absurda ignorância”, repudia.
Como se prevenir
O infectologista aponta que o isolamento social é uma das principais medidas que devem ser tomadas após o início dos sintomas para evitar a contaminação de outras pessoas.
“Existe também a transmissão de fômites, eventualmente gotículas que caem em superfícies e as pessoas em contato com essas superfícies podem se infectar. Por isso a importância de continuar usando álcool em gel e coisas do tipo (cuidando sempre da higiene pessoal). E os pacientes devem se manter isolados no período da doença por conta (do risco) da transmissão. Enquanto tiver lesões, crostas inclusive – que são lesões cicatriciais – , existe transmissão da doença. Temos visto que essas lesões podem ficar até quatro semanas, 28 dias. Então o individuo tem que ficar isolado nesse período especifico”, destaca Marcos Caseiro.
Ainda não existe vacina específica contra a varíola dos macacos, mas três vacinas contra a varíola podem ser usadas contra essa doença, já classificada como emergência de saúde global pela OMS.
Nesta terça, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga afirmou que o governo deve adquirir 50 mil doses do imunizante. As vacinas serão inicialmente destinadas aos profissionais da saúde, grupo que está em contato direto com pessoas infectadas. O chefe da pasta não esclareceu, no entanto quando a compra será feita. Do Nill Júnior