Indicado por senadores do PT para a Sudene, responde por improbidade e prejuízo de meio bilhão em fundo de pensão

Francisco Ferreira Alexandre, indicação conjunta dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão para o lugar de Danilo Cabral na superintendência da Sudene, responde a ação de improbidade administrativa movida pela Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). No processo, a Petros atua como assistente da acusação e cobra ressarcimento de perdas estimadas em quase meio bilhão de reais decorrentes de decisões de investimento que Ferreira tomou na Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) em 2009 .

Na ação, a Petros sustenta ter sido diretamente lesada quando Ferreira, então diretor de Administração da Previ, autorizou aporte de R$ 50 milhões no Global Equity Properties, fundo de participações que gerou perdas estimadas em quase meio bilhão de reais ao inflar o valor dos ativos para beneficiar intermediários em troca de propina.

Paralelamente, o Ministério Público Federal denunciou Ferreira na Operação Greenfield, em novembro de 2019, por gestão temerária do mesmo fundo. Segundo o MPF, ele aprovou decisões de investimento sem a devida diligência, expondo o patrimônio da Previ a riscos que resultaram em perdas de quase meio bilhão de reais, em esquema de superavaliação de ativos em troca de propina .

Uma matéria publicada em novembro do ano passado pelo jornal O Globo revelou revelou que a Petrobras pressionou o Conselho Deliberativo da Petros para aprovar a indicação de Ferreira à Diretoria de Investimentos da Previ, movimento atribuído a João Vaccari Neto. Segundo o texto, a escolha ocorreu sem processo seletivo externo e enfrentou resistência de conselheiros preocupados com possível conflito de interesses em razão da atuação de Ferreira no Comitê de Pessoas e Governança da Invepar, empresa na qual a Petros detém 25% do capital.

A nomeação ocorre após a exoneração de Danilo Cabral, pressionado pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, por representantes da concessionária TLSA com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente Lula sobre o ritmo das obras da Ferrovia Transnordestina, mesmo após R$ 2,6 milhões investidos por Cabral no trecho cearense desde 2023.

DO Júnior Campos

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