Morre o juiz aposentado Leonizio Lopes de Almeida, pai do promotor Lúcio Luiz de Almeida Neto

Morreu no Hospital Esperança, na capital pernambucana essa madrugada, o senhor Leonizio Lopes de Almeida.

Ele tinha, 95 anos e era pai do promotor Lúcio Luiz de Almeida Neto.

Ele teve um sangramento do sistema digestivo e um episódio de bronco aspiração. O quadro se complicou e, ao contrário de outras vezes, não houve como reverter as complicações clínicas.

O anúncio foi feito pelo próprio promotor no programa Manhã Total, da Rádio Pajeú.

Seu Leonizio foi criança em Dois Riachos, comunidade rural de Afogados. O pai dele colocou os filhos para estudar muito cedo para não dependerem da roça. Trabalhava de dia e estudava a noite. Conseguiu entrar na UFPE. Formado em Direito, foi promotor por um período depois juiz. Atuou em cidades como São José do Egito e Pesqueira.

“Deu uma lição de luta. Não se abatia pela realidade de restrições. Teve chikungunya e ficou mais debilitado. Mas dzia sempre como na vida: vamos enfrentar”, disse o promotor.

Ainda não há detalhes de velório e sepultamento. Sabe-se que o sepultamento ocorre neste sábado, em horário a ser confirmado.

A esposa, Nadeje Barros Lopes de Almeida, “Deja Barros”, faleceu em 26 de julho de 2017 aos 84 anos, na UTI da Clínica São Vicente.

Seu Leonízio ainda viu em vida uma bela homenagem. Leonísio Neto, filho do casal  Lúcio Luiz de Almeida Neto e Milena Siqueira, nasceu em maio deste ano. “Ele me disse que de todas as homenagens que recebeu essa foi a maior de todas”, disse Lúcio emocionado.

O promotor divulgou um belo texto ao blog dando mais detalhes sobre sua vida :

Cumpro o doloroso dever de informar o falecimento do meu amado pai, Leonísio Lopes de Almeida, com 95 anos e seis meses, ocorrido, por parada cárdio-respiratória, na UTI do Hospital Esperança, em Recife.

Nascido na Zona Rural de Afogados da Ingazeira, no Sítio Dois Riachos, veio estudar Afogados, trazido pelo meu avô, Lúcio, juntamente com os 7 irmãos. Como meu avô não tinha condições de custear a continuidade dos estudos, enfrentou dificuldades e teve que trabalhar de dia e estudar à noite.

Conseguiu ingressar na Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou em Direito. Foi inicialmente Promotor de Justiça, tendo atuado, no Pajeú, na Comarca de Carnaíba.

Depois, foi aprovado em concurso para Juiz de Direito do Estado de Pernambuco, tendo atuado no Pajeú, na Comarca de São José do Egito. Foi Juiz no Brejo da Madre de Deus, São Bento do Una, Belo Jardim, Pesqueira e Recife. Atuou com destemor durante a ditadura, tomando decisões que nem sempre agradaram ao Regime.

Como foi criado na roça, era produtor rural, apaixonado pelas coisas do campo. Deixa uma lição de integridade, coragem e determinação e sempre dizia: “por mais difícil que seja a situação, vamos enfrentar!”

A ele todo meu reconhecimento e amor! Que Deus o receba e dê à nossa família força para superar essa dor!   Do Nill Júnior

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